sábado, 23 de julho de 2016

Formação de Professores entre a teoria e a prática


Lembro-me dos anos do curso de Pedagogia. E da contagem regressiva para terminá-lo. Era o terceiro curso universitário que começava (após os de Administração Pública na FGV e Biologia na USP). A opção pela Educação se deu durante um estágio na sala de alfabetização da Madalena Freire. Aquela sala de aula transpirava paixão pelo conhecimento, expresso nos olhos brilhando das crianças e nos da Madalena, que generosamente me deixava ler seu Diário, um enorme caderno de capa dura, onde ela  registrava suas reflexões diárias sobre aquela prática com as crianças, suas questões (das crianças e dela mesma). Meus olhos brilharam junto.

No ano seguinte, em paralelo ao curso de Pedagogia, assumi uma classe de crianças de 4 anos,  e entrei no grupo de formação de educadores que a Madalena iniciava, no qual discutíamos nossas práticas pedagógicas e estudávamos a partir das questões que surgiam das reflexões das várias práticas ali partilhadas. Um intenso exercício de reflexão (cada um de nós precisava manter um Diário reflexivo da prática profissional, assim como levar, a cada encontro, um texto com suas reflexões sobre o encontro anterior). E um exercício de escuta das reflexões dos outros. Eram dois mundos de formação muito diferentes. Na faculdade havia uma dissociação enorme entre teoria e prática (salvo raras, e preciosas, exceções). 

Anos depois, ao ingressar no Doutorado na Faculdade de Educação, para ampliar a reflexão sobre aquelas práticas, cheguei a ouvir de uma livre-docente: "Cecília, o que você faz aqui? Você é da escola!" Não havia mudado muita coisa, mesmo após os fartos estudos que demonstravam o caráter existencial do aprender e o papel central da experiência  para as aprendizagens de crianças e de adultos, inclusive das aprendizagens do ser professor. Estudos esses, divulgados por aqueles mesmos professores da academia que, em suas salas de aula, desprezavam a prática pedagógica e, parece, não refletiam sobre as experiências que eles próprios ofereciam a seus alunos.

Neste mês de Julho, a formação de Professores foi tema de entrevistas, matérias e até de editorial do Estadão, como o do dia 2. Neste, destacam-se os esforços do Conselho Estadual de Educação (CEE-SP) para combater a visão reducionista de muitas faculdades de educação que entendem a 'prática' como uma mera aplicação de teorias, sendo preciso superar a falsa disjuntiva entre 'teoria' e 'prática', como se fossem realidades antagônicas. 

"Além de impedir que o futuro docente receba a capacitação profissional que o curso de pedagogia deve fornecer, o atual distanciamento entre 'prática' e 'teoria'  na formação acadêmica dos professores significa implicitamente uma desvalorização do trabalho docente na sala de aula, como se essa atividade não fosse importante o suficiente para ser ensinada na cátedra universitária. Logicamente, esse distanciamento é a última coisa que um curso de pedagogia deve promover. A formação acadêmica deve ser um poderoso estímulo para que o aluno de pedagogia queira ir depois à sala de aula ensinar".

Simon Schwartzman, em entrevista publicada em 11 de Julho, concorda: "os cursos de pedagogia, mesmo nas melhores universidades, não preparam os professores para o dia a dia das sala de aula". Também o economista Ernesto Martins Faria, coordenador de Projetos da Fundação Lemann, refere-se à mesma questão, em matéria publicada no dia  13 de Julho, dizendo que uma das maiores dificuldades é superar as lacunas dos cursos de licenciatura, que em muitos casos têm pouco diálogo com a prática na sala de aula. "O professor alfabetizador, por exemplo, conheceu a teoria, mas não aprendeu como lidar com crianças na pedagogia. Falta conhecimentos de gestão de sala de aula".

O despreparo e a desvalorização do trabalho do professor começam na própria faculdade de educação. Seria ótimo que muitos de seus professores sentassem na Roda da Madalena.

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Sede de Sentido


Vou permanecer no tema da semana passada. O post que eu escrevia sobre a formação de professores vai ter que esperar, pois o Estadão deste domingo provocou-me novamente. Ele traz os resultados de um estudo com jovens brasileiros de 30 anos, concluindo que 52% deles estão frustrados com a carreira, trabalham para sobreviver e não fazem o que gostam.

Reencontrei meus colegas de Colégio, hoje na faixa dos 54, muitos em busca de envolvimento em "atividades com propósito", para além das atividades e responsabilidades que assumiram na vida profissional até aqui. Mas, segundo o estudo 'Projeto 30', realizado pela Giacometti Comunicação, a frustração tem sido sentida mais cedo. Alguns dos jovens pesquisados já deram uma guinada na vida em busca de um trabalho que "tenha significado para nós e para o mundo", ligados, por exemplo, à transformação social, o consumo consciente, a revitalização de praças, etc.

Algumas explicações para essa frustração, já "tão cedo" (na perspectiva da cinquentona aqui) não são exatamente surpreendentes, como: escolhas profissionais equivocadas, falta de autoconhecimento, ou guiar as próprias escolhas pela questão financeira (o que não é sustentável, nem financeiramente, a longo prazo). Apesar de um tanto óbvia, trazem aspectos interessantes para a reflexão. Como disse Paulo Freire, é quando "a gente se aproxima da obviedade para vê-la desde dentro e por dentro é que a gente vê mesmo que nem sempre o óbvio é tão óbvio".

Por exemplo, apesar de sabermos que o "erro" é fundamental para as aprendizagens (desde aprender a falar) ou para as invenções, precedidas por muitas tentativas frustradas, no universo educativo continua a concepção do erro como algo vergonhoso, como instrumento classificatório, quando não instrumento de humilhação. A cultura do "ter que ser feliz e bem sucedido", da perfeição e da beleza podem estar nos levando para o buraco, junto com a inércia de transformações significativas no universo educacional, ou mesmo no universo empresarial, onde é aceito como algo natural a competição, o estresse, e a busca de resultados numéricos a todo custo. Mas é a longo prazo que vemos esse custo ser muito elevado, gerando perda de produtividade, turnover e mais investimentos em palestras motivacionais, finais de semana em hotéis com jogos de equipe e desafios na tirolesa. Também nesse contexto vale o que disse Rafael Lourenço em seu comentário ao post anterior: "é justamente o prazo que faz toda a diferença!".

As pesquisas que avaliam no longo prazo, como aquela citada na semana passada, ou essa sobre algumas obviedades podem nos ajudar a refletir. E avançar, efetivamente, nas práticas de liderança nas empresas e na condução do processo educacional, da escola básica à universidade, pois a aprendizagem se dá mais pelo exemplo e pelo que vivemos, do que pelo que nos dizem os manuais ou acadêmicos cheios de diplomas. Outra obviedade.

Um dos pontos de reflexão do estudo 'Projeto 30' é a baixa 'criticidade' de pensamento na fase escolar. O que Paulo Freire já tratava na década de 60 do século passado. E continua valendo.

Às vezes, é nas situações adversas, naquilo que vivenciamos de amargo na vida e nas crises (de origem interna ou não) que o novo pode surgir. Acho que ainda vamos estudar muito o que aprendeu,  e ensinou, Viktor Frankl a partir de suas vivências como prisioneiro em Auschwitz. E que podem ser muito relevantes para esses estudos sobre a satisfação e felicidade no trabalho. Frankl diz, em seu livro Sede de Sentido, que normalmente o homem move-se num plano horizontal, cujos pólos são o sucesso e fracasso. Essa é a dimensão de homo sapiens, aquele que quer ser bem sucedido, seja como empresário, seja como 'play-boy'.  Mas há outro eixo, perpendicular ao primeiro, ao que chama de homo patiens, a daquele que, mesmo diante de um sofrimento inevitável, consegue avançar até à plena realização do sentido da sua vida. Esse eixo liga os pólos realização e desespero. Paciência traz, junto, a ideia de prazo, de "dar um tempo" e não sair correndo em busca de oportunidades com os resultados mais rápidos (e de preferência mais fáceis). Frankl conta de uma pesquisa que analisou 20 profissionais, graduados em Harvard, 20 anos antes. Nesse meio tempo, seguiram carreiras brilhantes, mas um grande percentual afirmava, vinte anos depois, não saber para que todo aquele sucesso. Alguns se diziam desesperados. Estavam numa crise de falta de sentido.

A busca de sentido é uma jornada. Assim como um herói, por definição, tem a sua a percorrer. Senão não seria um herói. Alguns filmes da Pixar tem trazido o tema, para crianças e adultos, como os Divertida Mente, que mostra o papel estruturante da tristeza (aprendi isso com o Dr Marco Spinelli, em seu blog, que adoro!), Procurando Nemo e o recente Procurando Dory. Vemos em cada uma das jornadas dos pequenos protagonistas suas "deficiências", seus desequilíbrios e a maneira como desesperadamente os enfrentam. Pois são justamente as características únicas do Nemo, com seu nado tortuoso devido à nadadeira pouco desenvolvida, da Dory, com seu problema crônico de memória, ou do polvo Hank, de sete tentáculos e uma personalidade complexa, que os fazem, inteligentes e interessantes, escapando do padrão de normalidade e das médias, que infelizmente ainda perseguem as crianças em nossas escolas. A frustração no trabalho começa, obviamente, nas frustrações na escola.

domingo, 10 de julho de 2016

Felicidade no trabalho?


Sim! É possível e dá lucro! É o que mostra a pesquisa realizada pela Universidade de Harvard, a "mais longa pesquisa comportamental jamais realizada no mundo", o Grant Study, referida no jornal O Estado de São Paulo de hoje. O objetivo da pesquisa era acompanhar o desenvolvimento do ser humano a partir do impacto da sua saciedade emocional. 724 pessoas foram acompanhadas desde 1938, observando uma série de variáveis e possibilitando um recorte corporativo. Foi possível constatar e mensurar o vínculo entre a vida pessoal satisfatória, produtividade e êxito profissional, algo muito além do que se costuma fazer para "motivar" os funcionários: oferecer benefícios, promoções e regalias. O estudo evidenciou o papel fundamental das vivências na infância e a  importância de relações harmoniosas no decorrer da vida e no ambiente de trabalho. Já sabíamos disso, mas num mundo fascinado pelos números e mensurações, um estudo como esse pode ser poderoso. Mas não se jogarmos toda a responsabilidade para as pessoas, que devem ser resilientes, não acumular mágoas e cultivar o que se vem chamando de "pensamento positivo", como o que já está a acontecer... Também acredito na responsabilidade de cada um pelas suas emoções e pelo que faz delas. Mas também na responsabilidade das organizações pelo cultivo do ambiente de trabalho, das relações pessoais de quem ali trabalha. Senão por motivos humanistas, pela lucratividade que pode gerar, já demonstrada pelo estudo de Harvard.

Acostumados que estamos com o pensamento dual (do tipo ou...ou...) e certamente com alguma contribuição de nossa herança judaico cristão (que associa o sofrimento à purificação), o "foco no resultado" costuma estar em oposição a um ambiente saudável e humano nas empresas. Não há setas a indicar o caminho, a não ser construí-lo no dia-a-dia, refletindo sobre os passos dados e o que resultaram, não apenas quanto aos números da empresa, mas quanto ao clima e felicidade gerada. Essa é a missão do que chamo de Rodas: refletir, olhar por diferentes pontos de vista trazidos pelos seus participantes e encontrar soluções contextualizadas para cada momento do grupo e da organização como um todo (quando as Rodas são em Rede, isto é, quando se comunicam pela existência de membros comuns em várias delas).

Os desafios e resultados do que vivi em Educação, nas Rodas com crianças, professores ou dirigentes escolares por mais de vinte anos são muito próximos do tipo de desafio que tenho enfrentado nas empresas nos últimos dez com seus dirigentes e lideres dos diferentes níveis hierárquicos.

Foi para pensar sobre essas proximidades e poder fortalecer ações humanizadoras nas organizações (de qualquer tipo), que investi os últimos anos de trabalho, sendo o último para registrar essas experiências, no próximo livro. Neste, trago o case de uma empresa, que incorporou as Rodas em seu cotidiano (com 700 colaboradores), e também algumas pistas dos resultados de longo prazo das vivências com os alunos "do primário" que apareceram no livro A Roda e o Registro (de 1993), hoje com 40 anos, e da escola de ensino fundamental que se estruturou com as Rodas da Educação Infantil à Formação dos Professores, 20 anos atrás, sobre a qual conto em Rodas em Rede (de 2001).

Tendo terminado o registro dessas experiências no livro Entre na Roda! uma metodologia de formação humana da sala de aula ao desenvolvimento organizacional (no prelo), pretendo voltar a escrever nesse blog.

Escolhi retomar a escrita aqui, após esses anos de silêncio, falando de Felicidade, apesar do mundo em que vivemos apontar para outro tipo de futuro. Mas essa é uma esperança. E também um desejo de contribuir para relações mais tolerantes e menos violentas, a começar pelos ambientes em que estamos, seja o familiar (base fundamental, como aponta o estudo de Harvard), os vizinhos do condomínio, ou grupos de qualquer tipo. Não parece que avançamos para isso. Mas pode dar zebra, como foi o caso da final da Eurocopa de hoje. Não costumo acompanhar (nem gostar de futebol), mas hoje, sem entender bem porque, acompanhei e vibrei com a bela partida entre as equipes da França e de Portugal. A primeira jogando em casa e favorita. Mas Portugal venceu e mereceu! País que não goza de muito boa fama em terras brasileiras, mas tem muitas lições a nos ensinar... como foi o caso da recente campanha presidencial do candidato Sampaio da Nóvoa, cujas entrevistas e discursos (inclusive o da derrota nas urnas, por muito pouco) mostraram que a humanidade, integridade e humildade podem combinar com política. Quase deu zebra. Espero que tenhamos outras zebras no mundo e um dia possamos ter a felicidade de comemorar. Viva Portugal!

domingo, 11 de agosto de 2013

Dia dos Pais


Meu pai era um curioso. E voltado para as pessoas, ajudando-as no que podia. Ele se metia em diferentes áreas, certo de que poderia aprender. E ajudar. Às vezes, exagerava. No final da vida, com  a memória falhando, dava dinheiro para os mendigos na rua, que riam dele, pedindo dinheiro seguidamente, pois percebiam que ele não se lembrava de ter acabado de dar. Eu tentava explicar e dissuadi-lo. Não sei se ele não acreditava ou se sua vontade de ajudar era maior do que qualquer outro argumento. Continuava dando.

Não deve ter sido uma criança fácil. De enorme inteligência, deve ter aprontado muito.  Histórias que eu só soube quando já idoso, quando as lembranças do passado eram mais vivas do que as recentes, como a da festa do limpador de chaminés (nunca entendi o que era isso, nem ele sabia mais explicar). Nessa ocasião, seu pai insistia que ele teria que ir à festa. Ele teimava que não iria. Até que o pai perdeu a paciência e partiu para a surra. Mas o esperto correu atrás da mãe e disse: “que feio, um homem tããão grande (e meu avô era, de fato, um homem grande), batendo numa criança tããão pequena...”. E assim driblava a figura de poder. Seu pai, também inteligente, fazia o mesmo. E assim escapou de Hitler. Exercícios de astúcia, inteligência, criatividade. Sintonia com as condições do presente para conseguir o que queria para o futuro, próximo ou distante. Meu avô queria levar a família para outro continente e livrar as gerações futuras do que ele julgava que seria, sempre, motivo de perseguições: o fato de ser judeu. Viajou o mundo e escolheu o Brasil, pois aqui via a convivência de diferentes raças. Mesmo assim, converteu-se ao Catolicismo assim que chegou com todos. Era determinado. Assim como o filho, que não foi à tal festa.

Meu pai se entregava de corpo e alma ao que acreditava. Se precisasse, escondia seus feitos.  Era teimoso (ou perseverante?). Talvez tenha aprendido isso com seus pais que conversavam escondidos, sempre no carro, porque diziam que as paredes tinham ouvidos. E tinham. Foram muitas as artimanhas para escapar da Alemanha, sempre escondendo algo. Meu pai contava que um dos planos de fuga incluía enviar dinheiro dentro de um exemplar do jornal do dia para o hotel Haus Holub, na Checoslováquia em nome de um hóspede inexistente, de modo que o jornal ia parar na mesa do dono do hotel, que era seu amigo. Assim, nem os funcionários do hotel sabiam o que se passava. E o dono do Haus Holub guardava o dinheiro para meu avô pegar quando, efetivamente, fugisse da Alemanha. E assim não deixaram rastros, o que seria um perigo para quem soubesse de algo, inclusive para o amigo.

Numa época, lembro de ver meu pai com uma infinidade de artigos de jornal e revistas sobre a mesa do escritório com tudo o que mencionasse uma tal empresa que produzia licores. Fazia muitos cálculos financeiros. Queria mensurar o valor de um invento: uma receita de licor que continuava a gerar lucros para a empresa, inclusive depois de ter demitido a pessoa que a criou. Acabou estudando questões do Direito para o processo aberto pelo inventor. Seu trabalho foi elogiado nos autos pelo juiz, pela qualidade do laudo apresentado. Lembro-me do orgulho da filha ao ler aqueles elogios ao trabalho do pai.

Mais curioso foi acompanhá-lo tentando descobrir por que pacientes internados no Hospital das Clínicas com insuficiência renal morriam de pneumonia. Estudou o ciclo de vida da Legionella pneumophilia. Descobriu a temperatura em que essa bactéria se reproduzia e partiu para investigar possíveis locais onde essa condição existia. Era na tubulação do aquecimento central do hospital. Sua proposta de desligar esse aquecimento, e instalar simples chuveiros elétricos no lugar, foi motivo de piada. Demorou. Mas trocaram e as mortes pararam. O caso virou artigo científico.

Um curioso. Um pesquisador a serviço da vida. Que não via limites para a busca de soluções pela via dos livros e de novos aprendizados pela prática, pelas tentativas e erros. Mesmo tendo nascido judeu e se tornado um católico convicto, comprou o Alcorão e lá foi ele tentar a leitura do livro para se aproximar de uma pessoa querida que havia se convertido ao Islamismo.

Pelas gerações de minha família, percebo que muita coisa foi escondida. Às vezes, dos próprios membros da família. Estratégias para aprender a viver e a cuidar uns dos outros. Por mais estranho que possa parecer. A vida não ė sempre luz. A sombra caminha junto. 

Em minha vida, percebo vários traços de minha herança, presentes na maneira como tenho enfrentado muitas situações. O medo, frequentemente presente, mas também a criatividade e o bom humor. Assim como a certeza de que tenho, sempre, algo precioso a aprender. Como as enchentes na casa onde morava, os dois acidentes de carro, o sequestro.  E tantas outras, menos dramáticas, mas não menos ricas de oportunidades para aprender coisas. E aprender a ser a pessoa que sou. 

Neste dia, envio ao universo um agradecimento aos Pais. A todos aqueles que inspiram suas filhas, seus filhos. E, certamente, uma homenagem ao meu Pai.  E ao dele, que não cheguei a conhecer. E também aos que vieram antes.


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Aprender, sempre!

Vou pegar carona do blog do Pedro, de novo. Na nossa Roda de hoje (Roda semanal dos sócios da Clearsale), voltamos a tratar do desenvolvimento das pessoas, tendo mais alguns insights para aprimorar o crescimento de todos. Não é fácil. A diversidade de interesses e objetivos de vida é enorme. O que nos coloca grandes desafios. Mas é daí que vem a energia para criar. Também na semana passada, esse foi assunto da pauta e propus que cada um escrevesse o que aprendeu na empresa com as várias oportunidades de formação que permeiam as atividades de trabalho: no ambiente formativo, batizado de UAH.

No post de hoje, no Estadão, Pedro divulgou o texto que o Mauro (um dos sócios e também diretor de duas áreas) escreveu. Às vezes sou bem "chata", confesso, e insisti para o Mauro fazer um registro detalhado e com exemplos. É emocionante acompanhar tão de perto as aprendizagens de cada um. E também as minhas, pois nessa Roda eu me incluí e parei para refletir, registrar e pude partilhar o que tenho aprendido e me transformado nesse processo com as várias Rodas na empresa. Um dia eu conto! Hoje vamos ficar com o Pedro e o Mauro.

A arte de ir em frente sempre. Como pessoa e profissional
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 1 de julho de 2013
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 A transparência inerente às redes sociais que inspirou as pessoas nos protestos nas ruas também afeta a dinâmica dentro da empresa, conforme falamos no último post.  Assim como as pessoas protestam como cidadãos, elas também explicitam o seu lado profissional.  Nesta nova dinâmica, os líderes devem cultivar ainda mais a cultura do diálogo e  principalmente uma maior disposição para o seu próprio aprendizado pessoal. Com o diálogo e a interação com o outro temos mais chances de nos perceber também como pessoa.
Mas qual é este aprendizado? Crescemos pessoalmente quando quebramos algum paradigma próprio,  aumentando a nossa própria percepção e a do entorno.   Crescimento no respeito para o contexto das pessoas, para a emoção que permeia as relações humanas e principalmente a vivencia de valores presentes na subjetividade de cada pessoa em seus diversos papéis na vida.  Enfim, aumentar a nossa sensibilidade do contexto.
Para discutir mais sobre este incrível tema do aprendizado pessoal, trago abaixo em destaque o texto de Mauro Back, meu líder e sempre inspirador chefe escoteiro, que é nosso diretor de TI e da gestão da UAH (ambiente formativo na ClearSale):
‘Todo profissional é uma pessoa e uma parte importante da pessoa é o profissional. Dada esta verdade, na Clearsale adotamos a tese de que a pessoa não deve abandonar seu lado pessoal quando entra na empresa, mas deve, dentro deste ambiente, viver seu lado pessoal de forma simbiótica para si e para a empresa.
Diante do exposto, é natural que no processo formativo das pessoas se discuta não só o crescimento profissional, mas também o pessoal.
A ideia que me vem quando penso que em crescimento pessoal é que ele é um “crescimento para mim”. Embora isto possa parecer um tanto egoísta, deixa de sê-lo quando assumimos que voltar-se “para o outro” é fundamental para desenvolver o “para mim”.
Tradicionalmente, sempre que se pensa em educação, e no nosso caso educação corporativa de adultos, os “currículos” centram-se no saber. Nas escolas e faculdades, o currículo é uma sucessão fixa de disciplinas com ementas definidas que essencialmente concentram-se na aquisição de conhecimentos e habilidades. O foco é saber algo, como saber matemática, ou saber fazer algo, como saber programar um computador ou saber tocar um piano.
Ocorre que o desenvolvimento pessoal é muito pobre quando se centra apenas no saber. Na Clearsale definimos então “5 Ss” para dar integralidade ao crescimento das pessoas. Os três primeiros “Ss” abrangem subjetividade (capacidade de perceber a si mesmo e superar comportamentos condicionados), sensibilidade (capacidade de perceber os outros em profundidade e também os fatos e todas as coisas) e sociabilidade (capacidade de conviver harmonicamente e contribuir para grupos de pessoas de todas as dimensões). A arte é um componente forte de desenvolvimento da sensibilidade e quem toca um instrumento musical sabe que o saber tocar não é suficiente, mas que a verdadeira emoção da música vem da sensibilidade que acompanha a execução.
O quinto S é o meu favorito; sabor, a capacidade de ser feliz e que também é algo que se pode desenvolver, focando primeiro nas alegrias do dia a dia, mas também na felicidade conquistada pela realização de objetivos pessoais de mais longo prazo.
Todos os “Ss” contribuem com o desenvolvimento pessoal, mas o exercício da profissão tem realmente uma ligação profunda com o saber. Entretanto é fato sabido que muitas vezes as pessoas perdem os empregos não por falta de saber, mas por aspectos comportamentais. Desta forma fica evidente que com o desenvolvimento pessoal a empresa também tem muito a ganhar e que o desenvolvimento profissional, onde o ganho da empresa é mais evidente, também é desenvolvimento pessoal, porque também é “para mim”. Particularmente, como exemplo, são mais evidentes estas afirmações quando olhamos mais profundamente para um processo de desenvolvimento de líderes.
Posto isto, passo a relatar uma experiência pessoal onde poderia ser dito que “tudo conspirou para meu próprio desenvolvimento”, não fora eu uma pessoa com tendência para atribuir tais fenômenos sempre ao acaso.
Quando entrei na Clearsale fiz uma dinâmica, com a Dra. Cecília Warschauer, denominada “brasão”, onde expressei esteticamente e simbolicamente uma série de questões sobre mim mesmo. Neste brasão apontei como ponto forte minha capacidade de liderança e formação de times. Em contrapartida, paradoxalmente, em outra parte do brasão apontei como ponto fraco minha capacidade de desenvolver as pessoas do time.
Esta era uma deficiência que sentia de longa data. Nas empresas onde passei, deixei-me afogar pelas urgências e sempre me sentia recorrentemente angustiado com falta de tempo para o importante.
Por outro lado desenvolvi verdadeira ojeriza por reuniões, de tal forma minha experiência imposta com reuniões inúteis me traumatizou. Desta forma, para conseguir realmente produzir, criei uma estratégia modificando minha sala de trabalho, eliminando as famigeradas mesa e cadeira de gerente ou diretor e transformando a sala numa sala de reuniões, sem nenhuma reunião recorrente, mas com dezenas de microrreuniões, convocadas na hora, com as pessoas pertinentes para resolver o problema do momento.
Entrando na Clearsale repliquei este modelo, que realmente tem virtudes, mas não soluciona tudo, e encontrei estabelecida a metodologia de Roda & Registro da Dra. Cecilia, como alicerce no desenvolvimento das pessoas. Se uma roda não é uma simples reunião, com certeza implica em reunir as pessoas e isto vinha contra meu “uso e costume”. Por outro lado, não reunir é realmente absurdo se pesarmos que queremos desenvolver equipes e pessoas.
Unindo tudo isto, enfrentei minha antiga angustia e instituí o dia do importante. O dia para acompanhar meus gerentes e especialistas, suas metas e seu desenvolvimento. O dia para ser um líder de verdade, focando as funções mais nobres do líder, o resultado e desenvolvimento das pessoas. Neste dia passei a fazer a roda com meus gerentes e especialistas e começamos por refletir o tipo de líderes que queríamos para a TI da empresa, as habilidades que este líder tem de ter, um diagnóstico do nosso time no sentido comportamental e também técnico, uma estratégia para aumentar a sinergia na TI, o plano de desenvolvimento individual de cada líder e assim por diante.
Pude aprender, na prática, que as rodas podem e devem se encadear como um corrente crescente de crescimento pessoal e do time.
Paralelamente, em uma roda dos sócios da empresa, com mais alguns diretores, passamos a aprofundar a habilidade de gestão do tempo, com base na nossa experiência compartilhada e também com base em saberes disponíveis no mercado. Isto reforçou minha certeza da importância de ter o dia do importante ou o tempo reservado para o importante.
Por fim, tendo aquele brasão esquecido, mas guardado com carinho no armário, certo dia emprestei minha sala para a Cecilia fazer a dinâmica do brasão com duas pessoas da minha equipe. Normalmente eu deveria sair, porque sempre algo de muito pessoal sai da dinâmica, mas as pessoas disseram que eu ficasse, porque havia espaço para eu trabalhar num ponta da mesa enquanto eles faziam a dinâmica e também, com certeza, porque confiam em mim.
Prometi então, no final, mostrar o meu brasão esquecido e quando o fiz, vi que tudo estava lá, a angústia original e o problema, que penso já evolui na solução, tanto na prática, quanto dentro de mim, o que com certeza é o mais difícil.’
Obrigado Mauro! Linda a teoria e principalmente o exemplo do teu crescimento pessoal! E assim em rodas e registros acolhendo as pessoas com  transparência buscamos um ambiente auto formativo que traga além da felicidade pessoal um grande ganho profissional. Vamos em frente sempre!


  

terça-feira, 25 de junho de 2013

Nas ruas também se ensina (e aprende) a dialogar!

Mais uma vez, convidada pelo Pedro Chiamulera (CEO da Clearsale), escrevi algo para o seu Blog de empreendedorismo veiculado pelo Estadão PME. Desta vez, num post "A Revolução das ruas ensina o poder da transparência digital".

Estou sempre em busca de caminhos para fomentar o diálogo, nas várias instâncias, enfrentando os obstáculos, quando possível, pois nem sempre é. Um outro, aberto à conversa, é necessário.

E quando o outro não está aberto? Um caminho, comum, é "forçar a barra". Às vezes, com violência. Ainda mais facilitada quando se está em grupo. O que dizer de "um grupo" de milhares de pessoas? Nos primeiro dias, tivemos também a polícia agindo com violência (e truculência). Nos dias seguintes, as tentativas de conflito sem confronto, de um lado e de outro. Salvo exceções (sempre há!)

"A maioria dos manifestantes tentava acabar com a depredação. Sempre que alguém mais exaltado subia na marquise do portão principal (do Palácio dos Bandeirantes) ou chutava a porta, a massa gritava para ele parar. As lideranças organizaram uma comissão com cinco pessoas para tentar  um diálogo com representantes do governo estadual.
O estudante Vitor Demétrio, de 19 anos, era parte dessa maioria 'A maioria seguiu pacífica por quatro horas. Algumas pessoas queriam entrar de qualquer jeito e não estavam sabendo negociar. A gente tem como fazer isso e poderia ter negociado até a entrada do palácio, mas pelo jeito a gente vai perder essa chance'.
Por volta das 23h05, o grupo que atacava a entrada de carros continuava a bater e soltar rojões no portão até que parte dele cedeu." (O Estado de São Paulo, terça-feira, 18 de junho de 2013, pág A12)

Foi esse o meu foco de leitura da passeatas, bem parcial (pois sempre é: tomamos nossas experiências e valores como filtro de leitura: a nossa subjetividade está sempre presente). Foi essa a minha contribuição ao post do Pedro, que refletia a partir do seu campo de experiências: o mundo digital!

Segue o meu texto. E, a seguir, o link para o post completo do Pedro.

Temos, todos, o desejo e a necessidade de FALAR, mas que depende de uma ESCUTA, difícil, daquilo que não se quer ouvir, seja no âmbito doméstico, entre marido e mulher, seja no ambiente de trabalho, permeado pela pressão por resultados e relações de poder, quanto na sociedade mais ampla, como vemos ocorrendo na cidade de São Paulo e em outras capitais.

Não ter espaço para falar – e ser ouvido- é algo que não pode durar para sempre, pois uma hora explode, se não em violência, em greve branca, quando continuamos o trabalho, mas sem a energia que este requer para ter algum resultado. É o que vemos nesses vários âmbitos da vida humana.

Na Clearsale, com todas as dificuldades que um ambiente corporativo apresenta (como a necessidade de fortes resultados em curto prazo, relações hierárquicas envolvidas, falta de tempo e até de salas) lutamos por construir e manter espaços e a abertura para as conversas. Que muitas vezes são incômodas, pois se referem a críticas inesperadas, porque fruto de outros pontos de vista diferentes, sentimentos e emoções diferentes nos nossos. É uma busca diária para aprender a ouvir as vozes dissonantes.

É a construção de uma CULTURA do diálogo. Que desafio!

Foi de grande emoção acompanhar a passeata pacífica na Av.Paulista na última terça-feira. Diria, um T! acompanhar um mar de gente em busca de um Brasil melhor, com diferentes enfoques, grupos carregando faixas por diferentes causas, com vozes dissonantes no meio, mas unidos para reivindicar em, e pela, PAZ. Emoção em ver o poder de organização de uma multidão que se observa e, em silêncio, constrói uma onda: as pessoas vão se sentando, indicando pelo exemplo, umas às outras, para também se sentarem e, depois, se levantarem coordenadamente, formando uma onda humana.

Lutar pelo diálogo pode parecer (e ser) algo agressivo, mas é o resultado quando não se tem espaço para falar e ser ouvido no dia-a-dia. Saber falar é um aprendizado diário. Assim como o saber ouvir!
Reinventar o Brasil, os ambientes de trabalho e da vida doméstica com uma cultura do diálogo, permeada sempre por contradições e conflitos, pode ser um sonho. Mas, acredito, um sonho possível se mantivermos a marcha. Por isso tentamos ter, como rotina, as Rodas para olhar-se de dentro e de fora, pelos olhos dos outros. Pode ser duro às vezes! Mas é belo, e precioso, sempre!


"A revolução das ruas ensina o poder da transparência digital": http://blogs.pme.estadao.com.br/blog-do-empreendedor/a-revolucao-das-ruas-ensina-o-poder-da-transparencia-digital/
 

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Um novo símbolo para novos tempos

Não tenho escrito aqui com a frequência que gostaria. Então, ao menos, compartilho o que acabei escrevendo para o Blog do Estadão, a convite do Pedro Chiamulera, CEO da Clearsale.

Pedro escreve semanalmente e, nesta semana, quis contar a novidade do espaço de formação que avança na empresa. Na realidade, as novidades são muitas. Tenho procurado registrar, ao máximo, as ações concretas, mas sobretudo as reflexões sobre elas, que demonstram o que eu havia prometido ao inaugurar esse blog: o mundo corporativo também é capaz de ser um espaço de formação e afetividade (confesso que muitas vezes me deparo com uma abertura maior do que a que experimentei em escolas e universidades...). Mas esses registros têm ficado em meu Diário, como matéria prima do próximo livro, que já se esboça: o terceiro da trilogia das Rodas. Acabei contando o segredo. Mas, é o mínimo que eu poderia fazer após tanto silêncio por aqui.

Voltando à novidade do espaço formativo da Clearsale (e já se vão 3 anos e meio de ações e reflexões por lá!), foi lançado um novo logo que melhor o expressasse. Tantas mudanças (agora são quase 600 colaboradores fazendo Rodas semanalmente!) pediram um novo símbolo.

A matéria segue abaixo, mas incluo o link que dará acesso às demais publicações do Pedro: http://blogs.pme.estadao.com.br/blog-do-empreendedor/o-poder-de-um-simbolo/

O poder de um símbolo

13 de maio de 2013
 
Pedro fala sobre a origem do grito de guerra da empresa


Há duas semanas falamos sobre a nova marca da ClearSale e sobre o slogan Liberdade para Vender. Hoje vamos falar da marca de nossa cultura, que originou-se de um grito de guerra para compartilhar importantes momentos na empresa: UAH!  A UAH é o meu grande T!esão dentro da empresa e uma fonte inesgotável de aprendizado tanto pessoal quanto profissional. Um grito que surgiu da necessidade de um sentido maior na vida da atividade profissional.  Para comemorar esta importante virada convidei a Cecilia Warschauer, Dra em Educação pela USP, para explicar o significado da nova marca da UAH. A Cecilia idealizou o modelo de rodas em rede de autoformação por meio de seu método Roda&Registro. Segue abaixo o seu texto juntamente com uma poesia de sua autoria:

“Confesso minha surpresa e alegria no momento em que conheci as propostas para o novo logo, feitas por especialistas em Comunicação. (Valeu Gabriel Madeira!) Sim, vocês conseguiram expressar algo na imagem que as palavras tinham dificuldade de dizer! E quando tentamos falar da UAH, precisamos de muitas! É esse o poder de um símbolo: expressar sinteticamente algo da dimensão do invisível. E, no caso, foi especialmente feliz o resultado do logo, por conseguir aglutinar tantos elementos que fazem parte do nosso Ambiente Formativo, chamado UAH.



O formato lembra uma Mandala, que tem a capacidade de expressar, numa unidade, as diversidades, dualidades, contradições e dilemas que fazem parte da vida de cada um, dos grupos, das sociedades. Portanto, também da formação humana.  Já falamos sobre isso na Semana de o Empreendedorismo Criativo de 2012, que teve os vários dilemas como eixo condutor das Rodas de conversa. Continuamos falando sobre isso no cotidiano de nossas Rodas na Clearsale. Rodas que movimentam a UAH.

Essa Mandala (que também parece estar em movimento) é formada por balões – que bem poderiam ser vistos como os ‘balões de fala’ das histórias em quadrinhos.  E este é o elemento básico da rede de formação e desenvolvimento pessoal e profissional da UAH: a conversa. As conversas propiciam o encontro de pessoas, sujeitos, que lutam para sair de sua condição de sujeitados, ao expor e analisar os diferentes pontos de vista, e seus conflitos e contradições, tomando consciência de sua própria, e inseparável, subjetividade: sua maneira única de pensar, sentir e agir, fruto de uma história de vida, também única. Se por um lado somos sujeitados à nossa subjetividade, por outro, podemos minimizar seus efeitos negativos quando tomamos consciência dela, o que é possível quando entramos em contato com outras subjetividades, conhecendo outros pontos de vista, daqueles que nos olham de fora. E é esse olhar que nos ajuda a crescer “de dentro para fora”, por mais paradoxal que possa parecer, e nos ajuda também a ser.



Dos encontros, confrontos e reflexões, individuais e coletivas, surgem as intersubjetividades e, com elas, também a possibilidade de libertação do que parecia um dado imutável. Há um mar de possibilidades. Há várias brechas. Criam-se as intersecções de pontos de vista quando há a criação de soluções novas, não pensadas por ninguém individualmente. Surgem novas cores! É o que aparece no logo da UAH quando os balões – ou as órbitas do pensamento individual – se interceptam: amarelo, laranja, vermelho e roxo. E assim nos aproximamos do centro. Do local do encontro. Do coração. Da fonte dos afetos, onde, acredito, está o verdadeiro poder. O poder de (trans)formação”.